segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

DISCURSO DE FORMATURA (Psicologia UFAL 2007-2011)


Olá pessoal!
Atendendo a algumas solicitações de amigas e amigos queridos, estou publicando aqui no blog o discurso que proferi em nossa colação de grau em Psicologia, no auditório da reitoria da UFAL, no último dia 20/01/2012. Espero que gostem!
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Cumprimento o Magnífico Reitor Eurico de Barros Lôbo Filho, o ilustríssimo diretor do Instituto de Ciências Humanas, Comunicações e Artes Enildo Marinho Guedes, o ilustríssimo Coordenador do Curso de Psicologia da UFAL Sr. Henrique Jorge Simões, os ilustríssimos professores aqui presentes e demais autoridades nesta mesa, os meus colegas formandos, os senhores e senhoras aqui presentes.
Como resumir nos poucos minutos de que disponho toda a experiência desta formação que agora finalizamos? Pergunto isso pois estou convicto de que nesses cinco anos de curso, nossa formação extrapolou a simples aquisição de habilidades profissionais. Construímos vínculos antes inexistentes. Ganhamos amigos e amigas que nos serão muito mais do que parceiros de profissão: serão irmãos e irmãs por toda vida. Dessa experiência de cinco anos vai brotar até casamento! Meus colegas formandos, nesses cinco anos juntos, além das habilidades necessárias à prática profissional da Psicologia, nossas experiências nos formaram para a vida! E o meu desejo é que agora que os diferentes caminhos que cada um fará não nos façam esquecer que nos formamos juntos, ou, parafraseando Paulo Freire, nos “educamos em comunhão” para a atividade em Psicologia.
Nossa turma, batizada aos 44 minutos do segundo tempo, chama-se Psicologia(s): diálogo e ética na diversidade.Essa designação reflete com muita perfeição o que foi a nossa formação teórica até aqui. Gostamos mesmo de pronunciar “Psicologia” sempre no plural. Nossa(s) psicologia(s) se estende(m) dos arroubos filosóficos e poéticos de Rodrigo, até as minúcias psicopatológicas de Charles. Nossa(s) psicologia(s) se estende(m) desde o rigor cientificista visto em Bases biológicas do comportamento humano, até a leveza das teorias de grupo de Helena. Nossa(s) psicologia(s) se estende(m) dos dilemas da saúde pública conforme Jefferson, Mariana e Auxiliadora, até os recônditos do inconsciente conforme Eliane e Suzane. Se estendem das questões sócio-culturais de Marcos, Simone e Adélia, até os desafios psicométricos de Jorge Artur, Raner e Francis. Se estendem desde a cândida psicologia do desenvolvimento de Nazaré, aos dilemas político-educacionais de Henrique. Nossa(s) psicologia(s) não tem medo do plural, do diverso, mas teme(m) muito o singular, o monocromático. São mesmo Psicologia(s), com muito orgulho desse “s” no final.
Diálogo e ética na diversidade. Sim, a capacidade do diálogo é aquilo que deve pautar nossa atuação profissional. Michel Foucault dizia que aquele tipo de intelectual que se sentia “a consciência” das pessoas está ultrapassado. Sua função, dizia o filósofo francês, deveria consistir em juntar-se aos movimentos já existentes na sociedade. Faço essa citação apenas para dizer que não temos nenhum saber para impor aos outros. Não temos as soluções finais para os problemas individuais e coletivos. O que temos é essa abertura ao encontro, ao diálogo, e à construção coletiva de alternativas aos indivíduos e à sociedade. Diálogo e ética. Ética, é verdade, é uma palavra um pouco desgastada. Vem do grego ethos, e tem a ver com as regras que guiam o bem viver em uma casa. Meus colegas formandos, que nossa ética profissional seja maior do que aquilo que está prescrito no Código de Ética da Psicologia. Que nossa ética seja filha da alegria de ser psicólogo. Que nossa ética seja filha de nossa sede por justiça social. Que nossa ética, usando uma palavra incomum na academia, seja filha do amor aos nossos semelhantes.
Eu gostaria de enunciar ainda algo acerca de nosso compromisso profissional. Falando sobre o papel do intelectual em nossa sociedade, Karl Popper nos lembrava que este é alguém que teve o privilégio e a oportunidade de estudar, e por isso seu compromisso consiste em devolver à sociedade, de forma simples e clara, os resultados de suas pesquisas. Estamos nos formando por uma universidade federal, pública portanto, subvencionada por aquilo que o Governo Federal arrecada na malha tributária sustentada pelas pessoas desse país. Que nossa atividade profissional, qualquer que seja o campo de atuação, não se divorcie de um sentimento de gratidão à sociedade. Que nossa atividade profissional seja, na medida do possível, um esforço de devolver às pessoas as possibilidades que nos foram dadas com esta graduação. Potencializar possibilidades: eis aí um mote interessante para quem se aventura na Psicologia!
De resto, nós gostaríamos muito de agradecer a tantas pessoas que, invisivelmente, contribuíram para esta vitória que hoje celebramos. Primeiro, às nossas famílias. Ninguém chega a este momento sem o apoio incondicional e o lastro firme das relações familiares. Muitos de nós, hoje aqui, representam uma aposta que deu certo feita por pais, mães, e outros familiares. Por isso, aos nossos pais, mães, avós, irmãos, filhos, esposos, esposas, e demais familiares, nosso tributo, nosso reconhecimento, nossa eterna gratidão. Segundo, aos nossos mestres. E aqui, uma confissão da turma:nós nos orgulhamos de termos sido seus alunos! Cada um de vocês, com sua peculiaridade, marcou nossa formação de modo inesquecível. Perdoem-nos os infortúnios. Eles também fazem parte do difícil processo educativo. Mas, sem dúvida, marcas como compromisso social, seriedade, paixão profissional, profundidade acadêmica, marcas essas recebidas de vocês na formação, pautarão nossa atuação profissional. Aos nossos mestres, portanto, um tributo. Agradecemos aos pacientes servidores do ICHCA e da coordenação do curso de Psicologia pela alegria demonstrada cotidianamente e pelo companheirismo desses anos. Agradecemos aos amigos e amigas que estiveram conosco nos bastidores desses cinco anos, e sem os quais também, essa formação não teria sido possível. Eu não poderia esquecer, sob hipótese alguma, de registrar um agradecimento especial à comissão desta formatura, nas pessoas de Camila Teixeira, Ana Paula e Marcos Leandro. Temos consciência de que esta celebração é fruto da teimosia, da perseverança e da transpiração de vocês. Finalmente, agradecemos a Deus, a despeito dos diferentes nomes que lhe damos e dos diferentes modos da nossa fé, pelo dom da vida e pela possibilidade de concluir esta graduação.
Meninos e meninas, chegou a hora de irmos, cada um por seu caminho. Chegou a hora de dizer “até breve!” Agora o que temos são muitas bifurcações. Os nomes delas? Clínica, políticas públicas, pesquisa, docência, comunidades. Que a fé, a força e a esperança nos acompanhem sempre. Como nos lembra o famosíssimo verso de Antonio Machado, é preciso fazer o nosso próprio caminho. Concluo com este verso:
Caminhante, são teus rastos
o caminho, e nada mais;
caminhante, não há caminho,
faz-se caminho ao andar.
Ao andar faz-se o caminho,
e ao olhar-se para trás
vê-se a senda que jamais
se há de voltar a pisar.
Caminhante, não há caminho,
somente sulcos no mar.
Sucesso na vida, sucesso profissional a todos e todas! 
Muito obrigado! 


Paulo dos Santos Nascimento

domingo, 22 de janeiro de 2012

POR UMA MILITÂNCIA CRISTÃ INTELIGENTE E EQUILIBRADA

Olá amigos e amigas!


Na manhã de domingo, 22/01/2012, eu  preguei uma mensagem intitulada Por uma militância cristã inteligente e equilibrada. Explorando passo à passo a narrativa sobre o trabalho missionário de Paulo em Atenas (Atos 17,16-34), eu argumentava sobre algumas dicas acerca de como exercitarmos uma militância cristã equilibrada e inteligente. Vale a pena acompanhar esse reflexão.


Para assisti-la, CLIQUE AQUI!


Abraços !!!

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

A ORDEM CRIMINOSA DO MUNDO

Documentário sobre as consequências do imperialismo na atualidade,
com Eduardo Galeano e Jean Ziegler.