segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

ALIENISTAS OU ALIENADOS?





Diálogos entre Machado de Assis, Michel Foucault e Jesus de Nazaré

Se um dia a vida me franqueasse o posto de Coordenador de Curso de Psicologia em qualquer Universidade, eu já saberia exatamente qual seria uma de minhas primeiras ações: tornar obrigatória a leitura de O Alienista no primeiro semestre dessa graduação. Sim! No lugar de Freud, Jung, Vigotsky, Piaget, Skinner ou Rogers, os estudantes teriam como companheiro de iniciação a essa ciência o nosso tupiniquim Machado de Assis!

***

Eu estou consciente do fato de que obras literárias – sobretudo a Poesia – não se prestam à interpretação, mas à fruição.

Talvez nossa pulsão pela interpretação (também de obras literárias) se deva à nossa tradição religiosa cristã, que exige a todo o tempo fartos requintes hermenêuticos a fim de uma boa compreensão dos Textos Sagrados. São esses requintes hermenêuticos – pressupõe-se – que nos levariam ao que se encontra “por trás das palavras”. Entra aí o conhecimento do contexto histórico, um pouco de filologia e de conhecimento das línguas originais dos escritos, o conhecimento acerca dos primeiros receptores da mensagem, e pronto: nossa interpretação estará mais próxima das intenções originais do autor! Qualquer curso de Hermenêutica Bíblica é suficiente para nos munir desse arsenal. Quanto maior for a habilidade no uso dele – supõe-se –, melhor e mais próxima da verdade será a nossa interpretação.

Sem querer me perder em floreios sobre Hermenêutica, eu concordo com Paul Ricoeur, quando chama pejorativamente a crença acima descrita de hermenêutica romancista. Sim, porque sobretudo quando o autor está morto, é impossível, por quaisquer meios, retrocedermos à sua intenção original. Não há contexto histórico nem conhecimentos de filologia que tornem isso possível. Portanto, dizia Ricoeur, depois que o autor se foi, o texto pertence ao leitor, que deve fazer com ele o que quiser. [O infindável movimento de diferentes interpretações da Bíblia na História das Igrejas Cristãs mostra como Ricoeur tem razão!] No entanto, a meu ver, Arthur Schopenhauer disse ainda melhor, quando alertava para o fato de que a palavra, tendo sido pronunciada ou escrita, deixa de pertencer nesse mesmo instante ao seu autor. Passa a ser propriedade alheia, ainda que o autor esteja vivinho da silva.

O Alienista é meu, portanto!

Talvez nem todos que lêem esse artigo tenham lido aquela novela machadiana. Sendo assim, resumo muito simploriamente a trama, a fim de que você mesmo(a) vá depois ao texto em questão.

O Dr. Simão Bacamarte, originário da Vila de Itaguaí, fizera sua formação médica e científica na Europa, tornando-se um dos mais proeminentes vultos científicos brasileiros em meados século XIX. É figura impoluta, afastado do vulgo, impávido em sua atividade. Em meio a essas atividades médicas, resolve dedicar-se exclusivamente aos estudos sobre saúde mental. Funda na Vila de Itaguaí aquilo que hoje chamaríamos de um Hospital Psiquiátrico, batizado de “Casa Verde”. Aos poucos vai recolhendo ali todos os moradores da vila minimante enquadrados nos seus pressupostos sobre patologias mentais. Ao fim de uma divertida torrente de acontecimentos envolvendo o encarceramento dos supostos loucos, 4/5 dos moradores da Vila de Itajaí encontram-se sobre a custódia do Dr. Simão Bacamarte, desde os mais modestos aos mais ilustres concidadãos, inclusive a própria esposa do médico!

Ao fim da jornada, e depois de empreender longos e cuidadosos estudos empíricos a partir dos alienados aos seus cuidados, o Dr. Bacamarte conclui que nunca houvera um louco sequer na Vila de Itajaí. Na verdade, conclui nossa personagem, a loucura estaria na pretensa falta de anormalidade e na pretensa perfeição psicológica. Assim é que ao fim da trama, o Dr. Bacamarte resolve libertar todos os anteriormente supostos loucos da Casa Verde, ao mesmo tempo em que encarcera aqueles que, na Vila de Itajaí, acreditavam gozar de plena perfeição moral, psicológica e existencial. Entre esses estão um vereador e até o vigário local! Invertem-se os papéis: os 4/5 dos anteriormente considerados loucos são libertos, enquanto o restante dos “sadios psiquicamente” ficam sob a custódia de nossa personagem principal.

No entanto, nossa novela finda com a narrativa de um único diagnóstico definitivo de loucura na Vila de Itajaí. Ela finda com um único paciente internado na Casa Verde. Paciente autodiagnosticado: o próprio Dr. Simão Bacamarte. Homem sem defeitos, guiado à luz da Razão em cada passo. Moralmente irrepreensível. Isento de toda contradição. Portanto, diante de sua própria teoria psicológica, ele mesmo, um louco. Morreu solitário no interior da Casa Verde que ele mesmo fundara.

Minha ânsia interpretativa me leva diretamente a pensar que Machado de Assis estivesse ridicularizando as pretensões da novel Ciência Positiva de seus dias. Me rendo ao fato de que o contexto social autorizaria uma interpretação dessas. O Alienista é de 1882. É um momento onde os ideais dessa Ciência Positiva estão encontrando amplo terreno também no Brasil. Augusto Comte é uma febre! Encontra lugar até em nossa bandeira: Ordem e progresso é uma divisa positivista. O Dr. Simão Bacamarte talvez seja um ícone do ideal positivista para o cientista e para o cidadão ordinário. Alguém para quem a Razão está acima de qualquer outra instância quando se trata da relação com o mundo. Alguém cuja objetividade do conhecimento científico permite intervir no ordenamento da sociedade sem prestar contas a ninguém. Alguém para quem as demais formas de conhecimento – religião, arte, senso comum etc. – devem se render em face do conhecimento científico. Por exemplo, nosso médico internou como louco um jovem por seus arroubos poéticos!

Ou talvez Machado de Assis estivesse ridicularizando outra onda científico-ideológica daqueles dias, representada pelas aspirações das recém surgidas Psicologias. Impulsionadas pela Teoria da Evolução das Espécies de Charles Darwin, as principais teorias psicológicas daquele momento teriam como grande projeto a tipificação e a escalonização dos seres humanos em categorias notoriamente etnocêntricas. É nesse momento, por exemplo, que começam a aparecer os primeiros “testes psicológicos” para diferenciar os “normais” dos “anormais”, os “aptos” dos “inaptos” para certas atividades. As famosas medidas de QI e de idade mental também surgem aí. Um exemplo paradigmático dessa tendência de escalonização das pessoas é o nome de Francis Galton, criador de escalas de medidas psicológicas supostamente capazes de identificar traços de comportamentos agressivos a partir da fisiologia do crânio humano. “Coincidentemente”, negros, asiáticos, latinos e demais não-europeus, estavam inexoravelmente entre os tais portadores de traços de agressividade e de incivilidade.

Nossa personagem principal em O Alienista, o Dr. Simão Bacamarte, é um exímio classificador do comportamento alheio. Chegou ao diagnóstico da patologia mental da própria esposa em função do apego a vestidos luxuosos desenvolvido após uma viagem daquela ao Rio de Janeiro. Quantas loucas nós teríamos hoje perambulando por aí? Talvez, ao colocá-lo como o único louco da Vila de Itajaí, Machado de Assis quisesse ridicularizar essa onda de classificação etnocêntrica dos seres humanos que caracterizou a atividade em Psicologia naquele período. Talvez!

Tudo isso é palpite de minha parte. Talvez é a única palavra-chave em todo esse blá-blá-blá.

Se há um quase certo aí, é a problematização da linha limítrofe entre a loucura e a sanidade. E nisso nosso mulatinho carioca, embora nunca tenha sido cientista ou psicólogo, se adiantou aos gigantes dessa ciência. Freud, por exemplo, tinha apenas 26 anos de idade quando do lançamento de O Alienista. O que quer dizer que nesse tempo ele ainda era um simples estudante de neurologia em Viena. É verdade, ninguém problematizou melhor acerca dos limites entre o psiquicamente normal e o anormal do que Freud. Mas Machado de Assis, embora não tenha sido a primeira pessoa a problematizar essa questão, se adiantou a Freud com as perguntas implícitas em cada linha de O Alienista: O que é loucura? O que é sanidade mental? Onde está a linha divisória entre uma e outra?

Depois destes dois exemplos – de Freud e de Machado de Assis –, em minha opinião, foi Michel Foucault quem melhor nos conduziu numa discussão sobre o tema da loucura. Em sua tese de doutoramento ele já havia mostrado em quais condições de possibilidades o conceito de “loucura” foi historicamente forjado. Mais do que um fenômeno de ordem orgânica e biológica, a gênese da loucura tem fortes variáveis sócio-históricas. Contudo, Foucault teve a perspicácia não só de problematizar sobre a linha limítrofe entre loucura e sanidade. Ele foi além! Muito embora esse “além” é algo que eu também julgo estar implícito já em O Alienista.

Falo da pergunta acerca do papel da ciência – nesse caso, das Psicológicas – no ordenamento da sociedade.

Afinal, quem ler a referida novela machadiana, vai topar com um médico psiquiatra que encarcera as pessoas tidas como loucas de forma arbitrária, mas o faz com o fim de trazer ordem à sociedade. Como eu disse, internou como louco um jovem por seus arroubos poéticos, e também por um elogio exagerado deste jovem feito à D. Evarista (esposa do médico)! Foucault chamaria à Casa Verde de “instituição de seqüestro”. E diria que a reclusão dos supostos loucos ali se trata de uma “docilização dos corpos”. Para Foucault, em casos como esse, as ciências psicológicas e psiquiátricas servem aos fins de um biopoder, isto é, elas emprestam sua força persuasiva ao exercício do controle político das populações. O ordenamento da sociedade – nesse caso através do encarceramento dos loucos – não pode se dar à força. As práticas discursivas da psiquiatria entram aí como formas autorizadas de convencimento da sociedade. Quem de nós, meros leigos no assunto, colocaria um laudo psiquiátrico em cheque?

Mas já que, conforme Ricoeur, o texto agora é meu, digo que as inquietações de O Alienista se expandem para outros saberes, além da fronteira das ciências psicológicas.

E não é que ele me atiçou para uma meditação teológica?

Eu lhes perguntaria:

Nossas religiões e teologias cristãs não fazem o papel de alienistas? Em nome da ordem social, não buscam elas tipificar e enquadrar as pessoas em seus conceitos a priori? Como o alienista que está convencido da loucura dos outros, não funcionamos como cristãos, por vezes, à base de uma fortíssima convicção da degradação espiritual das pessoas? Como o alienista que sabe de antemão a verdade acerca do outro, sobretudo a terapêutica adequada, assim não somos nós ante a situação existencial das pessoas? Não estigmatizamos todos os comportamentos alheios que diferem de nossas convicções como aberrações propícias à cura? Não chegamos a dizer literalmente que nossos templos são “hospitais espirituais”? Não estamos seguros de que o mundo todo pode ser moldado conforme nossas verdades e convicções mais profundas? Seriam, portanto, nossas teologias cristãs, versões religiosas das práticas do alienista?

Pois bem! Jesus de Nazaré fez em relação aos seguros religiosos de seus dias o que o Dr. Simão Bacamarte fez em relação a si mesmo: inverteu tudo! Jesus de Nazaré disse que os alienistas, na verdade, eram os alienados. Disse que aqueles que viviam de estigmatizar as pessoas eram os verdadeiros doentes. Tal como o Dr. Bacamarte, pôs em liberdade os “mais desqualificados dentre os seres humanos”, ao passo em que confrontou tenazmente os que viviam com a consciência cheia de autosegurança. E ao argüir seus pares com o famoso “quem não tiver pecado que atire a primeira pedra”, deixou claro que é simplesmente impossível estabelecer qualquer linha limítrofe entre a justiça e a injustiça, entre o bem e o mal, ou, diríamos, entre a sanidade e a insanidade.

Porque nosso nome maior é ambigüidade.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

FÉ...



Fé é uma pestana no meio da tempestade

É debruçar a vida inteira num toque sutil nas vestes de um camponês

É imolar no altar o produto do desejo de toda uma vida, em seu eclipse

É tornar-se errante no deserto


Fé é trocar o santo ofício da sinagoga pela loucura do Caminho

É estar em Nínive querendo-se estar em Tarsis

É, em terra infértil, comer pão e não estocar para o dia seguinte

É comprar um sítio no campo durante um cerco à minha cidade


Fé é apostar que a maldade dos algozes é produto de ignorância

É oferecer o bocado molhado ao futuro traidor

É ver a Deus... No banal... Numa sarça que queima no deserto

É a recriação de todas as coisas que se inicia num barco com gente e bicho


Fé é cantar agora, antes da hora, a queda de todas as Babilônias

É a pequena comunidade fraterna, fragmento de um futuro incerto

É o entregar da última e única moeda

É a intuição de quem viu os pardais e os lírios do campo na agenda da Graça


Fé é um pequeno cajado contra um mar possivelmente vermelho... Em sangueampo na agenda da Graçail barco com pessoas e animaiseclipse

É o papo entre iguais na beira do poço sagrado

É orar desde o ventre da existência, nas profundezas da vida

É se irmanar dos leprosos


Fé é tagarelar teologia em Atenas

É engravidar pelo ouvido e gestar em si a esperança de todo um mundo

É desafiar um Império e calejar as mãos fazendo tendas

É tudo encomendar à paz de um crucificado... A despeito da pax romana


Fé é o recolher das escamas que caem dos olhos na mesa da comunhão

É o caminhar de uma coxa ferida por Deus

É a súplica derradeira de um cego num templo pagão

É ver um universo num grão de mostarda


Fé é suportar as flechas venenosas do Altíssimo sorvendo a alma

É a comida no bico de um corvo e o sopro suave de uma brisa à tarde

É o revisar da vida no centro de um redemoinho

É riscar a vingança até do Texto Sagrado


Fé é salmodiar em terra estranha, em exílio

É ser vendido pelos irmãos e não vender-se nunca... Nunca...

É o óleo que desce pelas barbas do ancião

É a louca fidelidade à Graciosa que se tornou Amargurada


Fé é a dança irreverente e doida do Rei

É a pureza terapêutica do barro e do lodo

É uma cidade santa, mas sem templos

E um mundo novo, sem lágrimas...


Paulo Nascimento

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

A IGREJA COMO COMUNIDADE PROFÉTICA

Esboço do sermão pregado por mim no dia 08/12/2009, no Acampamento da Família da Igreja Batista do Pinheiro, ocorrido em Paripueira-AL.





A IGREJA COMO COMUNIDADE PROFÉTICA

Mateus 7,15-23

INTRO: Na minha última participação como palestrante nesse acampamento, eu gostaria de falar-lhes um pouco sobre o tema da “qualidade profética” de nossas comunidades cristãs. Eu acho que foi o Carlos Queiroz (Ser é o bastante) quem disse que o Sermão da Montanha é uma suma da memória principal que a comunidade primitiva tinha do ensino de Jesus. Ou seja, o Sermão do Monte seria uma espécie de “supra-sumo” (grande resumo) das coisas mais importantes para Jesus de Nazaré, sendo o resto todo dos Evangelhos desdobramentos daquilo. E entre essas coisas, nos aparece aqui o tema do profetismo. Só pra realçar um pouco mais da preocupação primitiva com a qualidade profética das comunidades cristãs, vou ler pra vocês um trechinho do Didaquê... (p. 78). Como vimos, esse era um tema presente e candente naquelas comunidades, mas quase que totalmente ausente de nossas preocupações como comunidades cristãs de hoje.

Portanto, neste texto bíblico lido, prestemos a atenção em quatro coisas:

a) A qualidade profética da comunidade é o tema central da passagem (v. 15);

b) Existem critérios de discernimento para aferir essa qualidade profética, e esses critérios são os frutos práticos dos pretensos profetas (v. 16-20);

c) A falsa profecia é identificada como sendo algo presente na própria comunidade cristã, e não no mundo (v. 21);

d) O mais grave de tudo: ou a qualidade profética da comunidade é autêntica e conforme a memória de Jesus Cristo, o que a une a ele no sofrimento e até no martírio (Mt 5,11-12), ou ela é falsa, e ainda que produza sucesso religioso, separa essa comunidade definitivamente de Jesus Cristo. Não há meio termo (v. 22-23)!

PONTE: Já que o tema da qualidade profética era algo presente na memória mais íntima de Jesus Cristo e das primeiras comunidades, eu desejo propor que ele volte a ser um tema importante para nós, cristãos batistas desse tempo. O movimento evangélico brasileiro fez opção preferencial por tudo quanto é coisa: crescimento numérico (...), carismatismo, prosperidade econômica, poder político, etc. Nós, batistas, também temos nossas opções preferenciais: proselitismo, anticatolicismo, apoliticismo, mentalidade aburguesada, etc. Por que não fazermos opção por uma igreja marcada por qualidade profética? Vou fundamentar minha proposta em Paulo – 1Co 14,3 (não precisa virar ONG!).

1. A COMUNIDADE PROFÉTICA CONSOLA (paraklhsin)

a) Sobretudo numa realidade como a alagoana, nossas igrejas precisam ser comunidades que exalam consolação. Mas, o que é consolar? O que dizemos às pessoas, por exemplo, quando elas perdem um ente querido?

b) Da mesma forma, consolar não é amoldar as pessoas numa atitude fatalista. Mas é mostrá-las (e até convencê-las) de que o seu futuro não precisa ser uma repetição do passado. A pobreza não caiu do céu, não nasceu em árvore, não apareceu por geração espontânea. Assim como ela é um produto da ação humana, a libertação também pode ser. Consolar, portanto, é encher o coração das pessoas de coragem e de esperança na vida;

c) A qualidade profética de uma igreja passa pelo quanto de esperança ela consegue plantar no coração das pessoas!

2. A COMUNIDADE PROFÉTICA EXORTA

a) Esse tópico é tão auto-evidente que não vou me estender muito nele. Nosso próprio apelido religioso deveria nos convencer disso: “protestantes”. Mas como dizia o Roberto Schuler no evento da Aliança no Rio, parece que nos tornamos “conformantes”. A gente só exorta o povo das nossas próprias igrejas: gente que bebe, que faz sexo antes de casar, que não dá o dízimo, gente que gosta do fogo, etc. Aí a gente exorta, até com “Comissão de Ética”;

b) Deixem-me apenas dar um rápido exemplo de uma comunidade profética marcada pela exortação de gente opressora, de gente que vivia de massacrar a vida do povo. Em novembro completou-se 20 anos da morte de seis padres jesuítas e duas religiosas na Universidade Centroamericana José Simeon Canhas...;

c) a qualidade profética uma igreja passa pelo quanto de incômodo ela sente com a opressão e a injustiça, e de quanto ela está disposta a apontar e exortar os opressores à conversão!

3. A COMUNIDADE PROFÉTICA EDIFICA

a) Por fim, a comunidade profética não apenas consola o povo e exorta os opressores, mas ela tem que edificar (construir) alguma coisa. Nela alguma coisa muito boa já vai se tornando visível. Como antecipação do Reino de Deus escatológico, ela edifica novas relações entre as pessoas;

b) Ela edifica novos homens e mulheres e novas relações entre eles. Ela edifica nas pessoas uma nova atitude frente à vida (o caso das restituições à previdência). Ela edifica a proposta social perseguida por todos os grandes modelos sócio-políticos da história e nunca alcançada, que é a igualdade entre as pessoas.

CONCLU: Tomara que um dia nossas igrejas voltem a fazer da qualidade profética um de seus valores fundamentais. Vai ser melhor pra elas. Vai ser melhor pro mundo. Amém!