sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

PARA QUE(M) SERVE A UFAL ?

Olá amigos e amigas!

Leiam o pequeno artigo abaixo (não assinado!), publicado no site da UFAL, e percebam o quanto de cinismo há nesta matéria. Eu fico a me perguntar com quem a UFAL tem tido compromisso nesses 50 anos de sua existência em Alagoas. Certamente não é com a sociedade maior, marcada pelos piores indicadores sociais do Brasil. O setor sucroalcooleiro, hegemônico nas dinâmicas econômicas do estado, injeta menos capital no estado que os programas assistenciais do Governo Federal. Convivo nesse contexto, e sei o quanto esse setor da economia alagoana vive da exploração da força de trabalho de gente simples e necessitada. Pouca gente sabe que 70% das terras agricultáveis do estado pertencem somente a 29 famílias. E pouca gente se dá conta de que a economia baseada no latifúndio é a grande produtora da miséria alagoana. Mas está aí, declarado sem receios, no próprio site da UFAL, o seu compromisso com o progresso de uma parcela ínfima de nossa sociedade alagoana. 

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

APOCALIPSE NO(W)!


Meu primo, pastor Gleidson Portela, quis saber o que eu pensava acerca de tantos desastres ambientais ocorrendo no mundo simultaneamente. Quis saber o que eu pensava acerca da grande aceitação dada a prognósticos míticos, do tipo do calendário Maia e o apocalipse de 2012.
Antes de lhe dizer minha opinião, eu recordava uma afirmação de Umberto Eco feita ao cardeal Carlo Martini, na troca de correspondências que deu origem ao livro Em que crêem os que não crêem?. Eco dizia ali que hoje convivemos com o inusitado fato de que a ciência tornou-se obstinadamente apocalíptica, enquanto a religião torna-se obstinadamente secularizada. A ciência, sob o ímpeto do global warming – o aquecimento global. A religião, sob o ímpeto do neoliberalismo e suas benesses.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

“TUDO FLUI”

Sobre a dança dos átomos e a dança da vida

Para Theo, João Pedro, Alex, Sarah, Gabriel, Mateus, Mariana, João Davi, Manuel Carlos, Artur, Valdemar Neto, Said e Emille

A metáfora de Heráclito do conceito filosófico do Ser como um rio em seu fluxo permanente, parece ser uma das coisas mais difíceis de serem contestadas por quem quer que seja. “Não se entra duas vezes no mesmo rio, porque nem o rio nem nós somos mais os mesmos a cada vez que nele entramos”, diz Heráclito num de seus fragmentos. Lembro-me com alegria nostálgica o tempo em que, na Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), as discussões entre Heráclito e Parmênides nos ocupavam intensamente nas aulas de História da Filosofia Antiga. Heráclito, com sua perspectiva do Ser em eterno movimento e devir, afirmava que “tudo flui” (panta rei). Parmênides, por sua vez, na perspectiva da imobilidade do Ser, pontificava a condição estática de todas as coisas. Nesses malabarismos intelectuais, São Tomás de Aquino fazia as vezes de mediador, com sua clássica reflexão sobre O Ser e o Ente, onde o Ser, em sua imobilidade, tinha na mobilidade dos entes sua epifania.