sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

PARA QUE(M) SERVE A UFAL ?

Olá amigos e amigas!

Leiam o pequeno artigo abaixo (não assinado!), publicado no site da UFAL, e percebam o quanto de cinismo há nesta matéria. Eu fico a me perguntar com quem a UFAL tem tido compromisso nesses 50 anos de sua existência em Alagoas. Certamente não é com a sociedade maior, marcada pelos piores indicadores sociais do Brasil. O setor sucroalcooleiro, hegemônico nas dinâmicas econômicas do estado, injeta menos capital no estado que os programas assistenciais do Governo Federal. Convivo nesse contexto, e sei o quanto esse setor da economia alagoana vive da exploração da força de trabalho de gente simples e necessitada. Pouca gente sabe que 70% das terras agricultáveis do estado pertencem somente a 29 famílias. E pouca gente se dá conta de que a economia baseada no latifúndio é a grande produtora da miséria alagoana. Mas está aí, declarado sem receios, no próprio site da UFAL, o seu compromisso com o progresso de uma parcela ínfima de nossa sociedade alagoana. 

Fernando Lira, economista alagoano e professor na UFAL, já dizia em Formação da riqueza e da pobreza de Alagoas que

"A Univesidade Federal de Alagoas, fundada pela elite, que apoiou sem restrição o regime militar, não tinha qualquer compromisso social e não participava das soluções para erradicar o analfabetismo e promover a inclusão social, apenas servindo, por muito tempo, como cabide de emprego para filhos e parentes das elites. Isso marcava profundamente a ausência de um ambiente científico que produzisse ciência e tecnologia para o desenvolvimento do estado" (p. 100). 

Isso ele dizia em relação a um passado recente. Mas parece que pouca coisa mudou. Aqui temos os próprios usineiros assumindo que sem a UFAL não teriam chegado onde chegaram. É verdade. Alagoas tem uma das maiores rendas per capta do Brasil. Obviamente, a ilusão das estatísticas esconde o fato de que, a despeito disso, temos uma das piores concentrações de renda do mundo. Produzimos muito, para o gozo de poucos. Parabéns UFAL! 

E ainda há aqueles que vivem do sonho de uma ciência neutra e desideologizada. Acordem!!!

Abraços!

Paulo

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Sindaçucar: "Ufal traz avanços para o setor sucroernergético"

Nos 50 anos de fundação da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) - festejado terça-feira passada, dia 25 - o Sindaçúcar-AL destaca a importância da instituição de ensino superior no desenvolvimento do Estado e do setor sucroenergético alagoano. Com uma comunidade universitária composta por 21 mil alunos matriculados, 1.502 técnicos e cerca de 1.300 professores efetivos, a Ufal desenvolve uma importante parceria com o setor sucronergético por intermédio da Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroalcooleiro (Ridesa).

"Sem a universidade não teríamos chegado onde estamos hoje. Sem a Ufal não podemos pensar no futuro do setor. A parceria com a universidade ajudou a alavancar a produtividade e a competitividade do setor. Agora apostamos nessa parceria para construir o futuro do Etanol. O desafio é produzir cada vez mais com menor custo num modelo de renovação tocado no homem e no meio ambiente. Desenvolvimento sustentável. É isso que a Ufal nos ajudará a conseguir", declarou Pedro Robério Nogueira, presidente do Sindaçúcar-AL, parabenizando a Ufal pelo o cinquentenário e destacando o trabalho desenvolvido pela reitora Ana Dayse Dorea.
Ridesa
A Ridesa nasceu do antigo Programa Nacional de Melhoramento Genético da Cana-de-açúcar (Planalsucar), programa do governo federal que, em 1990, foi assumido por um grupo de universidades federais e entre elas a Ufal.
Nas duas últimas décadas foram desenvolvidas 59 variedades de cana-de-açúcar. Somadas às 19 já produzidas pelo Planalsucar correspondem a 58% da área de cana plantada no País. A Rede conta hoje com 246 profissionais, entre pesquisadores, professores e técnicos.
Germoplasma
Na Rede, destaca-se o Banco de Germoplasma criado na década de 60 e que foi herdado pela Ufal na década de 90. Localizado na Serra do Ouro, município de Murici, o banco armazena os recursos genéticos do Programa de Melhoramento Genético da Cana-de-Açúcar (PMGCA), que são responsáveis pela pesquisa e sucesso de produtividade e expansão da variedade RB em todo o País.
O fruto mais recente desta parceria foi o lançamento, em 2010, de 13 novas variedades de cana RB. Delas, cinco foram desenvolvidas pela Ufal.

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