quinta-feira, 10 de setembro de 2015

A IDEIA DE DEUS EM FREUD E JUNG

Professor do Instituto de Psicologia (UFAL) tem obra difundida entre profissionais franceses


Rodrigo Barros Gewehr debate a ideia de Deus, de acordo com Jung e Freud
Jhonathan Pino - jornalista
Com livro lançado em maio deste ano, na França, pela editora L'Harmattan, o professor do Instituto de Psicologia da Universidade Federal de Alagoas, Rodrigo Barros Gewehr, recentemente soube que sua obra L’Idée de Dieu chez Freud et Jung [A ideia de Deus em Freud e Jung] será tema de discussão na publicação francesa Cadernos Junguianos de Psicanálise. O ensaio está sendo escrito por Mariette Mignet, doutora em psicanálise e membro da Sociedade Francesa de Psicologia Analítica (SFPA) e deve sair neste segundo semestre.
Rodrigo relata que está aguardando a publicação para repensar a obra. “É importante, porque a partir da análise dela eu vou poder também repensar os argumentos que estão no livro. Ela é uma especialista na área, sobretudo no que diz respeito ao Jung. A partir da leitura que ela fizer e do que ela propuser nos estudos dela, eu vou poder também ampliar a discussão do meu texto, rever os argumentos e escrever a partir do que ela vai propor”, frisou o professor.
Fruto de seu doutorado, realizado entre 2008 e 2012, na Universidade Denis Diderot - Paris VII, o livro é “uma análise das teorias de Freud e Jung por meio da noção de Deus, da forma como eles usam esse conceito, com que propósito e que lugar essa ideia ocupa em suas teorias. A hipótese de fundo é que com esse conceito é possível entender como os dois autores pensavam a estrutura e funcionamento do aparelho psíquico, bem como a noção que tinham de ciência e de religião”, resumiu o pesquisador.
Rodrigo ressalta que o texto é de interface entre várias áreas das ciências humanas, como Filosofia, História, Teologia e, principalmente, Psicologia. Ele foi retrabalhado para que não ficasse em formato de tese acadêmica. “Penso que, embora técnico e, por vezes, minucioso, o texto pode ser lido por qualquer pessoa. Penso que o tema desperta grande interesse, e como se trata de um estudo comparado, com certo viés histórico, não são necessários grandes conhecimentos prévios para acompanhar o argumento”, ressaltou.
O autor diz que na França a obra tem encontrado boa receptividade entre psicólogos clínicos, “que não estão necessariamente ligados à universidade, mas que se interessam pela fundamentação teórica de suas práticas”, salientou Rodrigo
O docente lembra como é mais fácil publicar naquele país. “Os incentivos à publicação na França são muito maiores que aqui no Brasil. Aqui a gente sofre e muitas vezes as editoras cobram dos autores. Não é o caso na França. Por certo que quero publicar no Brasil, mas isso ainda depende de vários fatores”, lamentou.
A falta de tempo para traduzi-lo, além das dificuldades editorias impostas pelo mercado brasileiro colocam o projeto de traduzi-lo mais à frente, bem diferente da agilidade com que a editora parisiense teve, ao demonstrar interesse pela obra em 2014. “O contato foi feito por meio de uma amiga que também está com trabalho em vias de ser publicado, então eu enviei a proposta em texto para a editora, passou pela comissão editorial da coleção em estudos psicanalíticos. Daí então começou o período de revisão dos textos, que durou cerca de um ano”, detalhou.
Como está em língua estrangeira, Rodrigo disse que ainda não aplica a obra em suas disciplinas, embora alguns de seus alunos compreendam o francês. Mas o docente relata que parte das discussões são direcionadas pelas pesquisas ali presentes. “As reflexões contidas no trabalho fazem parte do que venho trabalhando com os estudantes, tanto nas disciplinas regulares, quanto no grupo de estudos que coordeno”, lembrou.
Outro detalhe da obra é o prefácio, que foi assinado por Christian Gaillard, psicanalista, membro didata da SFPA, que carrega em seu currículo a presidência desta instituição e da Associação Internacional de Psicologia Analítica (IAAP), além de anos de atuação como professor da Escola Nacional de Belas Artes de Paris.
O livro pode ser encontrado na página virtual da editora L'Harmattan, na Amazon.fr, na Fnac francesa e na Chapitre.

Fonte: http://www.ufal.edu.br/noticias/2015/08/professor-do-instituto-de-psicologia-tem-obra-difundida-entre-profissionais-franceses

Nenhum comentário: