
Foram poucas as vezes na vida em que eu me senti excêntrico. Mas, espere um pouco. Você sabe o que é excentricidade? Simples. Um indivíduo excêntrico é um indivíduo que está “fora do centro”. Ex-cêntrico. Fora da norma, do eixo, do prumo, da baliza. Anormal. À margem. Marginal. Excentricidade, portanto, é o sentimento que nos invade sempre que nos sentimos fora de um padrão considerado normal, conforme as convenções sociais.
Foi um pouco assim que me senti no meio de tantas feministas juntas. E foi bem desconfortável, a princípio.
No entanto, ao fim da aula tudo voltou a ser como era. A excentricidade se foi. Isso porque aquele momento funcionou como uma espécie de suspensão do cotidiano. Fim do momento de suspensão, fim do sentimento de excentricidade. A questão é que há grupos sociais que carregam a excentricidade aonde quer que vão. Para os tais, não há momentos de suspensão. A excentricidade é o seu cotidiano. Na prática, isso quer dizer muita coisa.
Há muitos excêntricos desejosos de sair desse lugar, para ocupar o centro. Mas há muita gente assumindo suas mais diferentes excentricidades, numa tentativa de multiplicar os centros. Esse não é um movimento fácil. É sempre difícil furar as barreiras da normalização. A excentricidade, à primeira vista, é bem desconfortável. Mas ela deve ser muito mais quando é a matéria que constitui o cotidiano dos indivíduos.
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