segunda-feira, 16 de março de 2015

SEMPRE À ESQUERDA !!!

Nunca fui filiado a partido político algum. E além das questões de fé religiosa, nunca me envolvi em nenhum tipo de militância. Hoje, milito na Educação, atuando como um profissional do ensino de Psicologia no nível superior. É a minha maneira de intervir na realidade nesse momento.

Não obstante, a pensar com as categorias político-conceituais “esquerda” e “direita”, tudo o que fiz até aqui tem ligação com o que se chama “pensamento de esquerda”. E isso de forma consciente, como um ato de escolha.

Descobri o pensamento de esquerda por meio da fé religiosa, especialmente por meio da Teologia da Libertação. Primeiro, uma reflexão evangélica sobre a pobreza e sua superação. Depois, muitas reflexões evangélicas sobre outros sujeitos oprimidos por nossa estrutura social: negros, mulheres, religiões não-cristãs, povos originários e lgbts. O marxismo veio a reboque. Com a Psicologia, tomei consciência de outros sujeitos silenciados pelas estruturas de poder, como as pessoas com transtornos mentais. Tudo sempre azeitado por pensadores de esquerda.

A adesão dada ao projeto do PT, no meu caso, sempre foi uma maneira de permanecer coerente com minhas opções pessoais. Sem nunca atribuir um papel messiânico a ninguém, o PT era indubitavelmente aquilo que, em termos de política partidária, se aproximava do tipo de visão de mundo que eu escolhi.
Resumindo: primeiro a visão de mundo, de ser humano, de política e de sociedade; depois, as adesões político-partidárias.

Se as visões de mundo são bastante relativas, podendo mudar durante a história de vida de um indivíduo, as opções concretas (político-partidárias) muito mais. Parece-me que o próprio PT se relativizou. Como diria o Frei Betto, mordido pela mosca azul, o PT se reprovou na prova do poder.

Contudo, jamais darei adesão ou me vincularei a nenhum tipo de pensamento que flerte com o retrocesso, com o conservadorismo, com o reacionarismo visto nos últimos dias no Brasil. Não será em nome de nada – nem a decepção com o PT, nem a crise pela qual passa o país atualmente – que me vincularei ao sentimento de saudade da ditadura militar, ao pensamento único de qualquer teor, a intervenções políticas antidemocráticas e anticonstitucionais em relação ao processo eleitoral, ou à restrição de liberdades fundamentais de nossa vida política. No meu itinerário não há desvios pela direita.

Jamais me vincularei a um movimento cujo simbolismo remete à data da posse dos presidentes militares: 15 de março. Jamais me vincularei a um movimento fomentado pela Rede Globo de forma tão ideologizada. É urgente e necessário reinventar a vida política do país, moralizar o Executivo e respaldar as Instituições. Mas nada disso deve ser confundido com o retrocesso a um tempo nefasto, página imunda da História do Brasil.

Se o que estamos vendo é o colapso de um projeto político-partidário específico – e só o tempo dirá! –, o momento é de reinvenção. Se o PT de hoje representa uma traição aos ideais de esquerda sobre os quais foi construído, então eu me vincularei a quem estiver disposto a construir novas alternativas aos mesmos ideais. Partidariamente sou um homem livre, graças a Deus!

Inegavelmente, os governos Lula-Dilma promoveram as mudanças mais profundas na sociedade brasileira desde a redemocratização do país. O tempo dirá se esse projeto se esgotou. Caso seja assim, há muito que fazer, exceto retroceder.

Na fé religiosa, na atividade acadêmica, no pensamento político como um todo, meu caminho é orientado pelos mesmos valores.

Meu caminho é pela esquerda, sempre !!!


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