Essa é rapidex!
É simples. O atual movimento evangélico brasileiro reproduz fielmente as neuroses pertencentes às suas matrizes norte-americanas. De que neurose se trata, neste caso? Daquela na qual não se pode viver sem "inimigos públicos", cujo confronto ajuda a reforçar nossa identidade adoecida [vide a própria política internacional dos EUA na segunda metade século 20: Vietnam, Cuba, União Soviética, América Latina, Oriente Médio].
O protestantismo de missão, vindo dos EUA, e que aqui chegou a partir da segunda metade do século 19, já trouxe na bagagem seu inimigo público: o Catolicismo, visto como responsável pelo atraso e pela minoridade da cultura brasileira. Os pentecostais, ainda cheirando a leite, foram nessa onda, embora sempre rivalizassem com os próprios protestantes históricos também. E por todo século 20, praticamente, nesses meios a Igreja Católica foi eleita como contra-identidade.
Já os neopentecostais, visceralmente ligados também a matrizes norte-americanas, decidiram dar continuidade à neurose por outro caminho. E elegeram, por muito tempo, as religiões de matriz africana como seu "inimigo público". Inimizade safada, com certeza, já que nesse pega-pá-capá muitos elementos dos cultos afroameríndios foram assimilados pelos "irmãos". E até hoje isso continua em voga. Mas a bola da vez mudou.
E estranhamente, o "inimigo público" atual teve a capacidade inédita de suscitar o horror de todo mundo: de protestantes e pentecostais históricos e de neopentecostais também. E mais: também de forma inédita, o "inimigo público" da vez é externo ao Grande Arraial Religioso. Tô falando desse pessoal da sexualidade diferente, tirada do armário recentemente. E a neurose continua, pois sem inimigos públicos pra fazer guerra "nóis num vévi" !!! E se vivermos mais uns anos, ainda vamos ver esse "inimigo público" com cara nova.
Quem será? Não faço ideia. Viva e verá !!!
2 comentários:
"Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos..." - Jesus de Nazaré (Mateus 5,44).
Simples assim, caro amigo Petrônio!
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